Militares cobram valorização e estrutura na saúde durante audiência pública


A reestruturação do Hospital da Polícia Militar (HPM) e o reajuste salarial para policiais militares (PMs) da ativa e da reserva foram os principais pontos de cobrança da categoria durante audiência pública promovida pela Comissão de Segurança nesta quinta-feira (25). O encontro foi no plenário Dirceu Cardoso, com a participação de representantes de sindicatos e associações.

Para o deputado Coronel Alexandre Quintino (PSL), o problema é que Estado e corporações têm o costume de só valorizar o policial que está na ativa, “pois esse pode incomodar”, mas “quando esse aposenta é simplesmente jogado de lado”. “Vocês são do tempo que se pegava um fuzil ia lá e resolvia. Hoje nem com duas ou três viaturas se resolve o problema que os senhores resolviam 30 anos atrás”, disse Quintino para os aposentados presentes.

Já o deputado Capitão Assumção (PSL) afirmou que “muitas vezes os policiais aposentam, vão para reserva, recebem migalhas e não são respeitados pelo governo”.

A situação do HPM foi esmiuçada pelo diretor de saúde da PM, o coronel Douglas Caus. O oficial afirmou que metade da estrutura física do hospital foi retirada em 2009 para o Hospital São Lucas, agora abrigando o Hospital Infantil, o que diminuiu a capacidade operacional da unidade dos militares.

“Nossa média de vida é de 58,6 anos. Dado absurdo e impactante, e que em cima dele estamos trabalhando para que todo policial na reserva receba um atendimento diferenciado”, disse Caus. O diretor apontou ainda problemas estruturais, seriam 25 anos da unidade sem reforma, parte elétrica precária impedindo instalação de ar-condicionado em um local quente.

Já sobre recursos humanos, o hospital contaria com dois médicos – contra 71 previstos em lei – e dos atuais sete dentistas, apenas dois continuarão lá ao final deste ano. “Estamos pendurados hoje em diversos funcionários de designação temporária e se o contrato por acaso for rompido, nós paramos”, afirmou Caus.

Diretora de Ação Social da Associação dos Militares da Reserva (Aspomires), a primeira-tenente da PM Sandra Gilda Faustino dos Santos também falou sobre a baixa média de expectativa de vida estimada para o policial militar capixaba (58,6 anos). O dado é resultado de uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que também apontou que a principal causa de morte seriam problemas cardiovasculares.

“Não há como tratar PM, bombeiros e polícia civil como servidores comuns, eles têm uma carga de estresse diferente dos demais servidores públicos. Ser policial ou bombeiro é um sacerdócio difícil de ser reconhecido”, desabafou. Para a tenente, a categoria figurar com o menor salário inicial pago a PMs no País deveria ser revisto pelo governo como sinal de respeito ao trabalho deles. “Está chegando o momento em que o militar não tem como mais pegar empréstimo por estar a tanto tempo sem reajuste”, reclamou.

“Vejo homens que chegam envergonhados, com seu orgulho ferido, chegam depois de servir por 35 anos a sociedade capixaba para pedir uma cesta básica. O oficial está um pouquinho melhor, tendo que cortar supérfluos, mas o praça está morrendo. Nosso policial tanto da ativa quanto da reserva está sendo renegado pelo governo. Foram feitas promessas e mais promessas na campanha eleitoral. Sorte que três anos passam rápido”, completou.

O presidente da associação, Capitão Raimundo de Jesus, sugeriu o retorno de um fundo de saúde para a categoria como forma de estancar o problema.

“O fundo de saúde não foi extinto, mas foi colocado de lado quando criaram associação de saúde, que infelizmente também não existe mais. Sugiro um estudo do retorno do fundo para que o HPM tenha pelo menos condição de atender os companheiros. Estamos precisando é de empenho político do governo estadual junto ao federal”, disse.

Vários policiais da reserva, reformados e representantes de associações e sindicatos fizeram uso do microfone para cobrar medidas do Executivo estadual e ações dos deputados. O discurso uniforme era de que haveria descaso e falta de compromisso do governo com os servidores da ativa e aposentados da categoria e que a paralisação de 2017 não teria servido como aprendizado.

Segundo o capitão Anderson Braga, o Estado era referência de salário em 2005. “Um cabo do Espírito Santo ganhava mais que um subtenente em Minas Gerais. Fomos para Minas lutar pelos direitos deles. Essa realidade existiu até 2009, mas após aceitarmos o subsídio, abrindo mão de direitos, o Estado congelou nosso salário”, criticou.

Direcionando-se ao coronel Douglas Caus, Braga afirmou que o governador precisa olhar a realidade. “Esse militar que está na rua, como falar que ele tem que procurar mecanismos para gerenciar seu estresse?”, indagou.

Referindo-se à paralisação da PM em 2017 como um “terremoto”, o capitão ressaltou que “depois do terremoto vem o maremoto e eu não quero presenciar, mas trilhando esse caminho em curto tempo o teremos. Nós não queremos esse maremoto, queremos sim que o PM tenha dignidade”, cobrou.

Já o sargento João Carlos Ferdini Costa afirmou que nenhum governo estadual teria dado o que a categoria mereceu. “Casagrande na outra ocasião fez várias promessas, vestiu até a camisa da PEC 300, mas não cumpriu”, citou. A Proposta de Emenda Constitucional estabelece um piso nacional para policiais.

“O Estado deveria prover saúde e não termos que pagar plano de saúde. Vexatório pior salário do País. Se não melhorar, não teremos segurança pública”, alertou o capitão da PM Hélio Carlos Gomes. Ele cobrou “resgate do HPM”.

O presidente da Associação dos Investigadores da Polícia Civil (Assimpol), Júnior Fialho, cobrou do Estado a incorporação da escala especial aos salários dos policiais da ativa – refletindo nos aposentados – e um reconhecimento de anos sem correção da inflação. “Sente-se à mesa, construa uma tabela e reajuste o vencimento dos policiais”, pediu.

FONTE: FOLHA DO NORTE. 



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SOBRE O DEPUTADO:

Capitão Assumção
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E-mail:  dep.capitaoassumcao@al.es.gov.br
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